quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Política & Futebol.

Na Primeira reunião do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de Duque de Caxias (No qual sou Membro) em 6 de novembro de 2005, após um longo recesso forçado, devido ao processo de intervenção promovido pelo Diretório Estadual, motivado pela participação do PT caxiense no Governo Municipal de Washington Reis (PMDB), me atrevi usar uma camisa com a estampa “FLAPT”, no qual se pode visualizar a abreviação FLA (de Flamengo) e uma estrela do PT, tendo como fundo uma lista rubro negra. Quando questionado sobre a utilização de tal vestimenta, me limitei a dizer que se tratava de uma manifestação silenciosa sobre a dúbia crise que se recaiu sobre o povo brasileiro. Se de um lado, na política, alguns membros do auto escalão petista se apresentaram como verdadeiros “lobos em pele de cordeiros”, manchando o vermelho petista da luta por uma sociedade mais justa e igualitária por um rubro da vergonha. Pessoas que se utilizam do discurso pela ética apenas como um instrumento de ataque enquanto oposição, mas quando chegam ao poder, seus bolsos falam mais alto, abafando a voz da integridade e colocando a legenda petista na zona de rebaixamento, tanto enquanto alternativa política viável quanto legenda legal (já que se cogita a possibilidade de cassação da legenda), por outro, o Flamengo, no esporte, que sempre foi o verdadeiro “ópio do povo”, fazendo com que a população se preocupasse mais com o futebol que com os rumos do país. Ainda na área esportiva, a corrupção pegou ponte aérea de Brasília e fez um pouso forçado nos gramados, nos revelando uma face que mesmo não sendo tão nova assim ( a máfia dos Juizes de Futebol que vendia resultado), mostrou que o povo brasileiro é mais rigoroso em punir um Árbitro de futebol que um Deputado ou qualquer outro detentor de mandato (tanto no legislativo quanto no executivo).Não estou afirmando que o brasileiro não saiba discutir política, muito pelo contrário, já ouvi análises de conjunturas melhor argumentadas em filas de banco que da boca de Vereador, o problema está no momento da indignação. Quero dizer que o brasileiro sabe questionar o poder público, mas na hora que pode mudar a situação (No processo eleitoral) acaba dando mais quatro anos para os mesmos que foram objetos de tantas críticas (lembra da fila do banco?). Em resumo, tanto futebol quanto política enfrentam problemas possíveis de serem resolvidos. Pois assim como um grande time começa pela seleção do técnico, um bom processo político depende de uma seleção rigorosa. É na hora do voto que o brasileiro assume o papel de técnico, escalando apenas aqueles que possuem as melhores qualificações. No lugar de preparo físico e entrosamento no time, o povo precisa avaliar outros adjetivos, assim como a integridade, honestidade, compromisso e responsabilidade na gestão da coisa pública, não se esquecendo de seu histórico (não o histórico médico ou utilização de dópim, mas o seu histórico enquanto figura pública).A verdadeira reforma política não é aquela motivada por grandes interesses de certos grupos que querem apenas garantir força no parlamento, e que em nada contribui para uma política mais ética e transparente, mas sim, aquela nascida do desejo comum de uma população cansada de falsos heróis e arrependida de por tantas vezes ir as urnas movidas por um desejo de mudança, e acaba homologando os maus políticos.Em 2006, teremos uma dupla responsabilidade, torcer para que a Seleção Brasileira conquiste mais uma copa do mundo, comemorando mais uma vitória no esporte e participar do processo eleitoral de forma consciente, exercendo o direito do voto, pois o mesmo que não vota hoje é o que reclama amanhã e é tão prejudicado quanto aquele que vota em troca de favores (quem troca seu voto por um chinelo pode esperar quatro anos de chinelada !).Assim como no esporte, devemos Ter maturidade tanto na hora de escolher nossos representantes (seja em Brasília ou nos gramados) quanto na hora de punirmos aqueles que tiveram uma má atuação ( repito, seja em Brasília ou nos gramados).Não devemos delegar a responsabilidade de uma CPI ( ou CPMI) de julgar os maus políticos, e sim, evitarmos que os mesmos sejam eleitos. Mais forte que Qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito é o voto consciente de cada um de nós depositado apenas em quem realmente merece..

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